"Aprenda uma lição de humildade com Sócrates, o pensador que tinha consciência de sua própria ignorância"
(...) E, assim, ele chegou à conclusão que mudaria a história do pensamento: a de que o verdadeiro sábio é aquele que tem consciência da própria ignorância. A partir daí, Sócrates começou uma cruzada pessoal contra a falsa sabedoria humana. Em suas próprias palavras, ele se tornou um "vagabundo loquaz" - movido pelo célebre bordão que o legou à posteridade: "Só sei que nada sei".
Ele geralmente começava seus debates com perguntas diretas sobre temas elementares: "O que é o Amor?" "O que é a Virtude?" "O que é a Mentira?" Em seguida, destrinchava as respostas que lhe eram dadas, questionando o significado de cada palavra. Assim, o pensador demonstrava uma verdade que até hoje continua universal: na maior parte do tempo, a grande maioria das pessoas não sabe do que está falando.
Para muitos ouvintes, o efeito do diálogo socrático era a catarse - uma experiência de purificação espiritual em que as portas do autoconhecimento se escancaram. Mas tamanha independência de espírito pode ser algo arriscado - tanto na Antiguidade quanto hoje em dia. Em 399 a.C., seus desafetos conseguiram levar Sócrates a julgamento. Condenado com a pena de morte, ele retrucou: "Ninguém sabe o que é a morte. Talvez seja, para o homem, o maior dos bens. Mas todos fogem dela como se fosse o maior dos males. Haverá ignorância maior do que essa - a de pensar saber-se o que não se sabe?"
O "vagabundo loquaz" foi a primeira figura célebre na história do pensamento a morrer por suas ideias. Sua modéstia, numa época de vaidade intelectual, é um aviso aos navegantes: por mais poder que uma civilização tenha, o fato é que, no fundo, continuamos todos humanamente estúpidos. Pensar por si mesmo e a si mesmo num diálogo com o outro: eis a lição aparentemente simples, mas hoje tão esquecida, legada por uma das figuras mais intrigantes na história da humanidade.
Mais em Revista Online MdeMulher Editora Abril.
Ele geralmente começava seus debates com perguntas diretas sobre temas elementares: "O que é o Amor?" "O que é a Virtude?" "O que é a Mentira?" Em seguida, destrinchava as respostas que lhe eram dadas, questionando o significado de cada palavra. Assim, o pensador demonstrava uma verdade que até hoje continua universal: na maior parte do tempo, a grande maioria das pessoas não sabe do que está falando.
Para muitos ouvintes, o efeito do diálogo socrático era a catarse - uma experiência de purificação espiritual em que as portas do autoconhecimento se escancaram. Mas tamanha independência de espírito pode ser algo arriscado - tanto na Antiguidade quanto hoje em dia. Em 399 a.C., seus desafetos conseguiram levar Sócrates a julgamento. Condenado com a pena de morte, ele retrucou: "Ninguém sabe o que é a morte. Talvez seja, para o homem, o maior dos bens. Mas todos fogem dela como se fosse o maior dos males. Haverá ignorância maior do que essa - a de pensar saber-se o que não se sabe?"
O "vagabundo loquaz" foi a primeira figura célebre na história do pensamento a morrer por suas ideias. Sua modéstia, numa época de vaidade intelectual, é um aviso aos navegantes: por mais poder que uma civilização tenha, o fato é que, no fundo, continuamos todos humanamente estúpidos. Pensar por si mesmo e a si mesmo num diálogo com o outro: eis a lição aparentemente simples, mas hoje tão esquecida, legada por uma das figuras mais intrigantes na história da humanidade.
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